quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Olga Bongiovani de volta à tevê!

A apresentadora do Manhã Gazeta, exibido diariamente, fala sobre carreira, rotina e terceira idade com toda simpatia e inteligência que lhe são peculiares



Natural de Santa Catarina, Olga Bongiovani viveu toda a sua vida, sua história, amores e amigos no sul do Brasil e, na capital metropolitana, volta ao ar diariamente no programa “Manhã Gazeta”, exibido pela emissora que leva o mesmo nome. “Adapto-me muito bem ao local aonde precise morar por conta do trabalho. Gosto muito do que faço, então, quando determinei que sairia de Santa Catarina para ir ao Paraná não tinha um sonho, mas um objetivo – buscar por minha carreira, consolidá-la no rádio, sabia que lá havia um campo maior para isso e aconteceu”.
Olga começou nas rádios AM, depois, na década de 80, época em que surgiu a FM, mudou de sintonia e, em 82, passou a fazer tevê na cidade de Cascavel, no Paraná. Apesar de estar satisfeita com sua profissão, sempre havia algo mais a conquistar, foi então que apareceu a oportunidade de apresentar um programa na Rede Bandeirantes de televisão. “Ponderei o que era interessante naquele momento porque não gosto de olhar para trás e dizer ‘puxa vida, porque não fui’. Ninguém pode saber o futuro, viria para São Paulo e daí, e se desse errado? Ninguém me garantia nada. Como saber se daria certo, mas disse ‘bom, preciso ir’”.

Com a cara e com a coragem
Após um tempo se questionando em largar tudo, fechar uma etapa da vida para abrir outra numa terra que, embora conhecesse, não tinha amigos como lá, não sabia onde morar, teria que adotar novos hábitos, sua determinação falou mais alto: “Fiquei um tempo morando em hotel, desestruturei toda a minha vida por não ter mais minhas coisas, minha casa, principalmente, que era o meu chão. Paguei um preço por isso, abri mão da família, dos amigos de vinte anos de amizade. E é claro que não deixa de ser uma vida muito solitária, principalmente no começo porque não tinha absolutamente ninguém”.
Olga lembra que chegou na capital no dia 6 de dezembro e no dia 13 estreou seu programa; conhecia somente as pessoas da produção mas, ao olhar pra trás e pensar em tudo o que já tinha feito na vida, se seria capaz de vencer mais essa etapa, disse ‘vou encarar São Paulo, sim, e o Brasil também’. Foi aí que decidiu fincar o pé na metrópole e afirma não ter restrições alguma com a cidade em si: “São Paulo tem os seus problemas como qualquer outra cidade, há violência, o trânsito incomoda mesmo, as distâncias são maiores, mas desde que se tenha boa vontade supera-se tudo isso e dá para viver tranquilamente. Fui muito bem acolhida e, nossa, estou apaixonada por São Paulo”, diz com um sorriso estampado.
A apresentadora se sente estimulada a aceitar desafios: “A gente não sabe tudo de nada e o desconhecido, assim como gera medo, preocupação, me dá estimulo, pois desde que se tenha determinação encaram-se as dificuldades. Saber que há um novo desafio pela frente é excitante, e quando você muda de emissora são outros hábitos, outros colegas de trabalho, então, existe um período de adaptação, mas sendo você mesma, não é porque muda a ‘casa’ que muda sua personalidade, seu caráter, não. Dá um pouco mais de trabalho no início, sim, porque é preciso entender sua equipe, mas a partir desse momento não tem segredo, pode-se trabalhar em qualquer lugar do mundo”.        
   Para a apresentadora, fazer um programa ao vivo é maravilhoso, desafiador, uma vez que as gravações não passam a energia do telespectador: “Quando o programa é gravado parece que estou fazendo para mim mesma porque ninguém está me vendo naquele exato momento, somente as pessoas no estúdio. Ao passo do ‘ao vivo’, se falo água, o Brasil inteiro ouviu simultaneamente, então é altamente estimulante ter a resposta imediata. Se cometo um erro, se fiz um comentário e a pessoa gostou ou discordou ela me alcança imediatamente, seja por telefone, por e-mail, e isso é bacana, saber que está dando eco”. 





Sempre no ar
Que a vida de Olga Bongiovani está baseada em seu trabalho já deu para perceber, mas quando o tema é a vida pessoal, ela dá um show de simpatia: “Lido bem com as emoções. O ser humano é mutante, ele se transforma. Existem ciclos na sua vida em que você está mais dado a si próprio, uma fase em que o trabalho fala mais alto, outra em que você quer compartilhar a rotina... Como sou uma pessoa bastante dedicada ao meu trabalho, estou nessa fase”. 
Sacrifícios à parte, Olga assume suas dívidas de atenção em relação à família e amigos, mas garante não ter absolutamente arrependimento algum. “Tudo o que fiz foi muito consciente. Não vivo sem trabalhar, não posso, nem se eu quisesse. Primeiro, porque sou apaixonada pelo meu trabalho e, segundo, não nasci em berço de ouro, não tenho ninguém que me sustente. Há muitos anos minha vida é assim, sou a provedora da minha família e não tenho condições de fazer docinhos aqui ou acolá, preciso trabalhar, mas que bom que o trabalho é uma coisa que eu amo, aí é uma grande farra”. 
Mãe de dois homens, um com 30 e outro com 28, a jornalista preenche seus dias com muito trabalho, curte sua casa (aonde recebe seus amigos), realiza viagens à sua terra natal, lê bastante e faz crochê. Sim, muito ativa, ela confessa que mesmo em frente à tevê não consegue se entreter sem mexer a agulha. “Às vezes, também fico de pernas para o ar, sem compromisso... Ah, é muito bom!”.

    Quando o assunto mexe com o coração... Olga logo se assegura: “Penso que ter alguém, um amor, tem seu tempo, como tudo na vida, e a hora em que acontecer, aconteceu”.

Beleza Natural
Aos 56 anos, Olga esbanja uma beleza estonteante e jura não fazer nada para se manter em tão boa forma. “Não gosto de exercícios físicos, isso é uma coisa que desejaria mudar, mas não gosto. Academia, nem pensar! Tenho a sorte de dispor de uma estrutura na qual não engordo, claro que se abusar devo engordar, mas não como doces e meus hábitos são super-saudáveis. É óbvio que se der vontade de comer uma batata frita vou comer, porém no dia-a-dia evito, aliás,  tem noites que nem janto, como uma fruta”.
Adepta das saladas e de uma alimentação natural, nada impede que deguste uma boa feijoada ou uma picanha. Ela conta que faz três refeições leves ao dia, sendo que à noite aprecia uma saborosa sopa. Não porque emagrece, somente por ser hábito de família, que traz desde a infância. “Em casa comíamos muita verdura, legumes, frutas, então já me satisfaço com aquilo e não sobra espaço para um arroz com feijão, uma massa. Foi minha mãe quem me educou assim”.

Mais de 50
“Para mim, a terceira idade, no Brasil, está muito melhor que há dez, vinte anos. Lembro quando minha mãe tinha 40 ou a minha avó tinha 60 anos, a gente olhava e achava que estavam velhas porque era esse o conceito daquela época – 40 anos era sinal de velhice. Que velha nada! A gente tem muita energia. Chegar a uma altura da vida, com essa idade em que você já viveu muito, não precisa necessariamente saber mais que os outros, não, mas vivenciou aquilo, sabe o que está certo, não que tenha o poder de dizer o que é certo ou o que é errado, mas já errou, e se o outro está indo pelo mesmo caminho, cabe somente alertá-lo”.
Ela relata que já teve a oportunidade de entrevistar mulheres nessa faixa etária com relação à vida sexual que deram verdadeiras lições. “Graças a Deus as pessoas estão vivendo mais, com melhor qualidade, e que as famílias passaram a entender aquela viúva ou aquela senhora cujo casamento não estava bem e era preciso se separar para arrumar um novo amor (coisa que em tempos atrás não havia essa compreensão e as mulheres ficavam sozinhas, criando seus filhos, se anulando completamente). Essas mulheres começaram a sair, se divertir. Atualmente, muitas delas com 80 anos, dão show de vida, de energia”.
Com toda razão e sabedoria, a apresentadora faz um apelo: “Precisamos que o governo veja que o aposentado precisa de uma qualidade melhor no atendimento médico, onde mais precisam quando estão doentes”. E ainda passa sua mensagem: “O próprio aposentado, fazendo por si só, está dando um banho em muitos jovens. É fantástico o que estamos aprendendo com essas pessoas, e hoje, na minha idade, olho para trás e digo que estou melhor do que há 20 anos, me sinto muito bem”.       












Fonte: Revista autentica

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